A compulsão alimentar é uma doença mental caracterizada pela necessidade de comer, mesmo quando não se está com fome, além da saciedade. Durante os episódios, a pessoa com o transtorno pode consumir comida em excesso em pouco tempo.
Esse assunto ainda gera muitas dúvidas, já que o transtorno é confundido com o exagero alimentar. Pensando nisso, resolvemos trazer este artigo para esclarecer as perguntas mais frequentes. Continue a leitura e confira!
Qual é a diferença entre compulsão alimentar e exagero alimentar?
É muito comum que pessoas confundam o exagero alimentar com a compulsão. Entretanto, existem algumas diferenças importantes entre ambos. O exagero alimentar é quando o indivíduo consome alguma comida gostosa além da saciedade, em ocasiões isoladas.
Já na compulsão alimentar, muitas vezes, a pessoa ingere alimentos pelo simples fato de comer e não necessariamente pelo sabor. A velocidade em que ela come também é mais rápida em comparação a alguém que não tem o transtorno.
Segundo o professor do Departamento de Saúde Mental da Universidade Federal de Minas Gerais, Frederico Garcia, a compulsão alimentar pode ser considerada um transtorno psiquiátrico que acomete, sobretudo, adolescentes e adultos jovens.
Sendo assim, repetir uma sobremesa deliciosa após se fartar no almoço de domingo, provavelmente, não é um episódio de compulsão alimentar, mas sim de exagero.
Como identificar a compulsão alimentar?
Até o momento, você já pôde entender alguns sintomas específicos do transtorno de compulsão alimentar. No entanto, existem outros que também são sinais para a doença. Veja!
Característica dos episódios
Em um episódio de compulsão alimentar, o paciente ingere grande quantidade de alimentos em um intervalo curto de tempo — até 2 horas. Para isso, a pessoa come rapidamente e ainda não desenvolve comportamentos para evitar um possível ganho de peso.
Regularidade dos episódios
Ao contrário do exagero ou impulsão alimentar, os episódios de compulsão alimentar são frequentes. Segundo estudo publicado na Revista de Psiquiatria Clínica, para fechar o diagnóstico da doença, é comum que existam, pelo menos, duas ocorrências por semana durante 6 meses.
Comportamento e sentimentos
A pessoa com compulsão alimentar sente falta de controle sobre seu comportamento, como se não pudesse parar de comer, controlar a quantidade de comida ou o que come. Dessa maneira, podem ingerir alimentos estranhos, como arroz cru e um pote de manteiga.
Outra atitude comum é comer sozinho ou escondido, devido à vergonha causada pela quantidade que come. Além disso, sente culpa, nojo e tristeza por se alimentar demais. Vale lembrar que há variações no comportamento dos comedores compulsivos tanto durante os episódios quanto nos intervalos.
Quais são as consequências para o corpo e mente?
As consequências da compulsão alimentar para o corpo e a mente são muitas. O paciente pode desenvolver uma série de outras doenças, comprometendo a qualidade de vida e o bem-estar. Entenda quais são:
- diabetes tipo 2: devido ao alto consumo de alimentos e bebidas açucaradas;
- obesidade: há maior probabilidade de ingerir calorias a mais do que se gasta, levando ao ganho de peso;
- transtornos emocionais: como depressão, ansiedade, distorção de imagem e baixa autoestima;
- doenças cardíacas: com o consumo de alimentos gordurosos durante os episódios, pode haver o aumento do colesterol e triglicerídeos — fatores de risco para doenças do coração.
Também é possível que a pessoa com comportamento compulsivo desenvolva outro transtorno alimentar: a bulimia. Nessa doença, são usados métodos compensatórios para não ganhar peso, como induzir o vômito, tomar laxantes e diuréticos.
Como é o tratamento?
Felizmente, a compulsão alimentar tem tratamento, feito com equipe multidisciplinar. Ou seja, com vários profissionais. Então, o primeiro passo é buscar atendimento psicológico para identificar a compulsão alimentar e as razões que levaram a essa alteração no comportamento para, então, trabalhar as questões durante as sessões de terapia.
O acompanhamento médico com psiquiatra também pode ser preciso para a prescrição de medicamentos que ajudam no controle da depressão e ansiedade. Além disso, o tratamento com endocrinologista é necessário, para regulação hormonal.
É preciso também, do acompanhamento de um nutricionista para orientar a reeducação alimentar e ajudar na melhora da relação com a comida. Ele recomendará a ingestão de alimentos que auxiliam na saciedade. Outro profissional importante é o educador físico, pois as atividades físicas ajudam a melhorar o humor, desviar o foco da comida, trazer sensação de prazer e bem-estar.
Como você viu, a compulsão alimentar é um transtorno que, se não tratado, pode dar origem a diversas doenças graves. Por essa razão, é importante entender suas características para buscar o tratamento adequado e reaver a qualidade de vida.
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